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Mostrando postagens de abril, 2017

Ciclo da vida medíocre

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“Nasciam, cresciam pelas sarjetas, começavam a trabalhar aos doze anos, aos trinta chegavam a meia idade, em geral morriam aos sessenta. Trabalho físico pesado, cuidados com a casa e os filhos, disputas menores com os vizinhos, filmes, futebol, cerveja e, antes de mais nada jogos de azar, preenchiam os horizontes de suas mentes”.   – George Orwell Quando leio este tipo de pensamento em um livro publicado em 1949, ou seja, a 64 anos atrás eu percebo que talvez o mundo não tenha mudado tanto quanto querem que nós acreditemos. Talvez a ciência e a tecnologia tenha tido uma evolução como nunca antes em nossa história, porém será que nossa sociedade evoluiu no mesmo ritmo? Será que as vidas das “pessoas comuns” mudaram no mesmo ritmo? Ao refletir sobre a vida média ou medíocre (não entenda isso como uma crítica) me vem à mente se a vida mudou de verdade. Será que nossa sociedade em geral, a grande massa populacional continua a realizar o trabalho físico pesado para ter seu “ganha p...

Utopia - O amor à escravidão

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Sempre quando pensamos em evoluir pensamos em algo melhor, porém algumas pessoas que olharam para o futuro viram na “evolução” uma situação perigosa de domínio da liberdade individual por governos totalitários, todos esses governos sempre “lutando” em nome do controle social perante o caos que a sociedade poderia se tornar se viesse a crescer sem nenhuma forma de contenção. Uma dessas pessoas foi Aldous Huxley e, em seu livro Admirável mundo novo, ele mostra como seria essa sociedade que alguns dizem ser utópica, porém ao analisar a passagem “...o segredo da felicidade e da virtude: amarmos o que somos obrigados a fazer. Tal é a finalidade de todo o condicionamento: fazer as pessoas amarem o destino social de que não podem escapar”. Em Admirável mundo novo nasce o seguinte questionamento, será que os condicionamentos citados para embriões não estão sendo realizados em nossa sociedade pelo nosso modelo econômico e forma de consumo? Será que não estamos condicionando nossas criança...

O Mito da Caverna por Marilena Chauí

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Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior. A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas. Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas, m...

O nascimento da dignidade - Vamos pensar sobre o Aborto?

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Vamos nos colocar na seguinte situação: você vai a um hospital visitar uma amiga. Atravessa o saguão de entrada e entra no elevador. Como você não sabe mais com certeza qual é o andar onde sua amiga está internada, acaba apertando o botão errado. Ao descer, entra em um setor onde doadores voluntários são ligados a pacientes que não conseguiriam sobreviver sem ajuda externa. Contudo você não percebe a situação. Depois de ficar algum tempo na sala de espera, você é chamada e um médico lhe aplica uma injeção anestésica. Ao acordar, você esta num leito e, ao seu lado, um homem inconsciente ao qual você está ligada por meio de complicados aparelhos. Você chama o médico e alguém lhe diz que o homem ao lado é um famoso violinista com uma doença renal. Ele só sobreviverá se sua circulação fosse ligada ao sistema circulatório de alguma outra pessoa do mesmo grupo sanguíneo, e você é a única pessoa que preenche esse requisito. Como se trata de um hospital renomado, o mal-entendido é profundamen...

Introdução à Ética: Dilema ético e os juízos de fato e de valor.

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No texto de hoje faremos a introdução à Ética ou Filosofia moral, por meio de um vídeo sobre dilema ético, e veremos os conceitos de natureza e cultura, juízos de fato e de valor. Assista ao vídeo abaixo sobre dilema moral: 1. DILEMAS  ÉTICOS MORAIS Diante de dilemas morais, como o apresentado no vídeo, ou mesmo diante de situações do cotidiano, como saber qual a melhor escolha? Há uma escolha correta? Há uma escolha ética? Mas afinal, o que é ética e moral? 2. CULTURA E APRENDIZADO DE VALORES E PRINCÍPIOS Para tomar decisões, nós utilizamos um sistema de crenças e valores, ou seja, são estes princípios que auxiliam nossa razão nas decisões que tomamos.  Assim é necessário analisar como adquirimos esse sistema de valores e princípios.  CONCEITOS DE NATUREZA E CULTURA Natureza:   Conjunto de todas as coisas que existem em estado bruto, independente da interferência humana. Ex. Florestas, estrelas, fome (sentir fome), rios, etc.  Cul...

Você é Feliz?

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Você é feliz? Quem nunca se questionou sobre a felicidade? Essa não é uma reflexão incomum, parece ser inato ao ser humano a busca pela felicidade (dizem que consta até na Constituição Norte Americana). Porém a felicidade permanente é idiotice, não faz bem e talvez por isso ela seja utópica.  A vida é uma sobreposição de acontecimentos, em alguns deles temos controle, em outros não podemos interferir em absolutamente nada. Ou seja, posso determinar que horas irei acordar pela manhã com razoável previsibilidade, mas não posso determinar se ao acordar o “tempo” estará chuvoso ou não.  Se utilizando do pressuposto de que não temos controle sobre a maioria dos acontecimentos de nossa vida, estamos expostos às alegrias, tristezas, sofrimento, sucesso e fracasso. Normalmente agradecemos o sucesso e alegrias, e maldizemos as tristezas e sofrimentos. Logo buscamos afastar da vida a dor e o sofrimento, se possível nem tocamos no assunto.  Mas como já citado, a vida é um...

A PASSAGEM DO MITO PARA A FILOSOFIA

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A Filosofia como a conhecemos hoje, ou seja, como uma ciência que estuda as inquietações humanas e visa explicá-las de maneira racional, surgiu na Grécia antiga, no século VI a.C, época em que basicamente tudo era explicado e tinha suas origens na mitologia. Fenômenos como um raio, por exemplo, eram tidos como uma manifestação da ira de Zeus, o comandante de todos os outros deuses. Essa explanação “divino-mitológica” para a realidade se chamou, então, cosmogonia.   Porém, os pensadores inquietos da época quiseram responder e explicar fenômenos e perguntas como essa de maneira racional e lógica, o que foi identificada como cosmologia. Começa-se, então, a se distinguir o mito da lógica, o que antes era unido (mitologia ou lógica do mito) passa a ser separado, para entender e abordar a lógica do fato e/ou fenômeno, o que a filosofia caracteriza como o período de transição “do mito ao logos”, ou seja, da explicação por meio de histórias oralmente repassadas (mitos) para a explicaçã...