O NAVIO DE TESEU
O paradoxo do Navio de Teseu foi publicado pela primeira vez
no trabalho de Plutarco, um antigo filósofo grego seguidor de Platão. Ele
descreveu como Teseu (o rei fundador de Atenas) retornou de uma longa viagem
pelo mar. Ao longo de todo o percurso, todas as velhas e desgastadas placas de
madeira que formavam o navio foram sendo arrancadas e substituídas por placas
de madeiras novas e fortes. As placas velhas de madeiras eram jogadas ao mar.
Quando Teseu e sua tripulação finalmente retornaram da viagem, cada placa de
madeira do navio havia sido trocada e descartada. Isso leva às seguintes
perguntas: o navio em que eles retornaram era o mesmo em que partiram, apesar
de agora as placas de madeira serem completamente diferentes? E se o navio
ainda tiver uma placa de madeira original em sua estrutura? E se houver duas
placas de madeira original em sua estrutura? Isso mudaria a resposta de alguém?
Outro modo de olhar.
Se o navio em que Teseu começou sua viagem for A e o navio
em que Teseu retornou for B, isso faz de A = B?
A CONTRIBUIÇÃO DE THOMAS HOBBES
Muito tempo depois, o famoso filósofo do século XVII, Thomas
Hobbes, levou esse paradoxo mais adiante.
Agora, imagine que seguindo o Navio de Teseu houvesse um ser
reciclador. Enquanto a tripulação descartava as placas de madeira no mar, ele
as recolhia da água para construir o próprio navio. Duas embarcações chegaram
ao porto: uma que trazia e sua tripulação e feita de placas novas de madeira; e
a outra, construída pelo reciclador com a madeira descartada no mar. Nesse
cenário, qual é o navio de Teseu?
Assim, vamos chamar o navio do reciclador de C.
Sabemos que B é diferente de C porque dois navios atracaram
no porto e, portanto, com certeza não podem ser um e o mesmo.
Então, o que torna o navio de Teseu o navio de Teseu? As
partes individuais das quais o navio é feito? A sua estrutura? A história do
navio?
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